quarta-feira, junho 20, 2007

Cícero e Saber envelhecer

Ainda gripada,por conta mais da canseira do serviço,resolvi que não dava pra trabalhar hoje.Telefonei cedo e o segurança recebeu meu recado:não marcar nada;fico morta de pena quando médico deixa os pacientes esperando um tempão e depois alguém tem que despachá-los com cara de tacho e ouvir as reclamações que o irresponsável não vai escutar,é claro.
Mas,vamos a Cícero,aquele antigo que tinha o dom da palavra.Outro dia,na banca,encontrei esse livrinho:Saber Envelhecer.E esse intervalo de doença me deu oportunidade de começar a lê-lo.Pra quem gosta de ler eu recomendo.É fininho,não dá trabalho,é faz pensar e comparar os dias de Cícero e os nossos.
Cícero,grande tribuno,orador,antes soldado valente,agora cônsul da república,discorre sobre a velhice.E sobre a juventude.
Só pra chamar mais a atenção,pois não posso e não devo transcrevê-lo todo,vou citar umas duas passagens,frases,que dão vontade de ter reunidos meus amigos só pra gente discutir sobre se teria ele razão ou não:
"Se essas qualidades não existissem entre os velhos(reflexão e julgamento),nossos antepassados jamais teriam chamado o conselho supremo Senado,isto é, "assembléia de anciãos"
"Vejamos!Como pudestes deixar vosso país deteriorar-se tão rapidamente?A essa questão colocada pelo poeta Névio em O Jogo,a primeira das respostas é sempre:Sob a influência de novos oradores,de jovens loucos!"
Será?Terá Cícero razão? Claro que o livrinho tem mais coisinhas interessantes;pelo menos eu estou achando.Não concordando em tudo,é claro,mas muita coisa dá pra pensar.

quarta-feira, junho 13, 2007

Engano

A quem interessar possa:Estou gripadona e sem inspiração nenhuma,por enquanto.Mas vai um abraço,virtual claro,porque abraço de gripado ninguém merece,pra turma que me visitar.

quarta-feira, junho 06, 2007

Uma outra face

Existem coisas em qualquer trabalho que dependem,não só de seu próprio "fazer",de sua própria vontade.Claro que o principal é que você queira e goste do que faz.Que,no exercicio de sua atividade,empregue todo o seu conhecimento e esforço em bem desempenhá-lo.Mas existem condições que independem de você.Mal comparando:Para fazer um bolo que preste você precisa ter uma farinha que esteja em bom estado,não pode e não deve fazer um bolo com farinha mofada,por exemplo.Se não,vejamos:
Participei de um Seminário(era pra ser oficina)sobre Pericia em casos de tortura.Foi ótimo em termos de troca de conhecimento,visão de lesões não comumente vistas em agressões rotineiras,digamos assim.Aprofundamento um pouco maior sobre o Protocolo de Istambul e do Protocolo Brasileiro,etc.Eu calada,só pensando e,qual não foi minha surpresa,na hora da avaliação,em que,aquele ou aquela que quisesse poderia falar,vejo,quer dizer,ouço a maioria de meus colegas de seminário(peritos criminais,médicos legistas,delegados,policiais militares,psicólogos)avaliando que:1)Realmente está passando da hora de se encarar a tortura e fazê-lo com competência;2)Com as condições que temos(ou não temos)é impossivel fazer um trabalho que mereça esse nome.
Realmente,independentemente de tortura ou não,falta,e temos esperança que comece a acontecer,a tal vontade de aparelhar as instituições.Não falo de armas,claro,pois parece que é sempre nisso que se pensa.Falo de espaço físico,aparelhagem,veículos,coisas comesinhas para o trabalho do perito seja o criminalístico ou o médico legista.
Portanto,o próximo passo é retomar a idéia de um centro de pericias de verdade,com os institutos médico-legal,de criminalística e de identificação em uma área construida de acordo com parâmetros corretos.E dentro desses Institutos,gente com salário decente,com material técnico e instalações adequadas para o fim a que se propõem.
Senão,continuaremos a olhar lesões sob uma luz artificial precária,e pensando que esses seminários são feitos para que o governo justifique-se perante os organismos internacionais ou justifique o gasto do dinheiro público:preparação de pessoal para as pericias nos crimes de tortura.
PS:Acho que essa semana se encerra a temporada de seminários e na próxima já voltarei a colocar "a mão na massa".

domingo, junho 03, 2007

Mortalidade Materna



Redução da mortalidade materna:essa a meta das Unidades Básicas de Saúde.Semana passada participamos,eu a enfermeira Eduarda,do Seminário Redução da Mortalidade Materna.

Porque as mães teem morrido quando nada sinalizava para isso.Não se tratava de uma gravidez chamada de risco,a gestante morava em área coberta pela estratégia de Saúde da Familia,mas,em determinado momento algo saiu do controle e,de repente uma familia fica sem a mãe.Porque houve um pré-natal de duas consultas?porque não houve controle da pressão arterial?porque houve um pequeno sangramento e se mandou fazer repouso sem nem ao menos pedir uma ultrassonografia obstétrica,sem se monitorar essa gestante?Porque completaram-se as semanas de gestação e se diz:agora é esperar as contrações e ir para a maternidade?E mais e mais falhas clamorosas que acontecem e ficamos perplexos:como foi acontecer isso?

Gestante não recebe alta.Tem que ser acompanhada da hora em que é descoberta sua gravidez até depois do parto.Deve haver todo um envolvimento,no caso das áreas cobertas pelo Saúde na Familia a partir da ou do agente de saúde que,segundo um professor nosso,deve ser aquela mexeriqueira que ás vezes descobre que a mulher está grávida antes dela mesma,até o(a) médico(a)que tem que estar vigilante e não se deixar levar pelo pouco tempo de consulta:quem faz o tempo é a necessidade do paciente,no caso a gestante,ou puérpera.

Tomara que tudo dê certo.Vivo dizendo essa frase toda vez que participo desses seminários,cursos,oficinas.Esperemos que,fazendo nossa parte,tenhamos o apoio e o material necessário para cumprirmos essa meta:Reduzir,de preferência eliminar a mortalidade materna pelo menos ao nivel do atendimento básico.